quarta-feira, 23 de junho de 2010

MÃE DE MUITAS

Vai ser difícil não colocar peso nas palavras. Vai ser difícil falar com suavidade sobre o que é ter cinco filhas. Mas tentarei.

Na primeira gravidez a mulher já se sente meio invadida, já se coloca em segundo plano. Já se deixa levar pelo instinto de maternidade que faz uma inverção brutal dos valores e necessidades até então.
Tento muito ser próxima, participar, contribuir, mas meu maior obstáculo é o tempo, uma palavrinha curta e para muitos "sobra". Não tenho tempo para conversar no particular, individualmente. Tudo que faço é na sua maioria no coletivo: cortar cabelos, cortas unhas, ler livros, dar banhos, escolher roupas, etc... Então o que poderia ser detalhado, caprichado, individualizado não tem condições. Ou faço assim, ou não faço.
Tudo muda, nem o sono fica o mesmo. É muito pesado ser dona-de-casa, mãe, esposa e trabalhar ao mesmo tempo. Ser o marketing/financeiro da empresa e a cozinheira da família e por aí vai.
É a subdivisão da subdivisão, é dividir o dividido.

Não se trata de reclamação nem lamento, mas explicação. Quanto mais velhas as filhas ficam, mais carentes e menos compreensíveis. Querem mais atenção e entendem menos as prioridades das menores.

Entre a febre de uma e a briga com o namorado da outra tenho que optar. Isso é só um exemplo bobo visto que aprendi a desaprender. Apaguei tudo que aprendi e estou começando uma carreira nova como sogra. Terei 5 genros (se Deus quiser!) e sogra boa é aquela com cara de paisagem, PARA TUDO. Do absurdo ao risco, do legal ao incoveniente, do imaturo ao sábio. O segredo é ter cara de paisagem, difícil hein! Muito difícil. Entra aí o ditado: o que os olhos não vêem o coração não sente.

Quando não se tem filhos, O MUNDO É OUTRO. Os valores são outros, a forma de pensar é outra, os interesses são outros. Após termos filhos, nada fica como antes. Absolutamente nada. Cada filho que chega trás consigo um mundo: os carinhos são diferentes, uma é beijoqueira a outra é mais de colo, a outra não gosta de contato físico, outra só quer ser ouvida, etc. São cinco personalidades diferentes da minha, nenhuma é igual a mim. Então tenho que ser flexível (quando consigo) para alcançar as necessidades de cada.
Mas vou te contar...com tanto trabalho, com tantas coisas por fazer e para resolver...a filosofia fica meio desfalcada nessas horas. Não dá pra se praticar em massa. Fora a competição entre elas. Se eu abraço uma, todas se amontoam em mim. Se eu beijo uma, todas grudam. Falo aqui das 4 menores, pois Nathália, por estar em SP e estar namorando, tem sua auto fonte de carinho e anda no auge de um conflito de ídolos.  Perdidinha num mundão de conceitos sem saber como aplicá-los. Não que eu saiba... eu não tento.

Tudo passa, as brigas passam, as paixões passam, as palavras são esquecidas, as fisionomias mudam, as pessoas mudam, os motivos se alteram, a paciência diminue, a irritabilidade aumenta, as pernas começam a doer e a coluna começa a nos dar sinal que o ritmo deve ser outro.

Gosto muito de mim do jeito que eu sou. E se alguém não gostar e sei que muitos não gostam, fazer o que né? Rsrsrsrsrsr É facílimo... VASA!

Foi a época de se preocupar com isso, foi o tempo de perder tempo com isso.

Sei que por mais que eu tente, nunca acertarei totalmente, inclusive na educação das meninas, mas fiz O MEU melhor, pode não ser para você ou para elas, mas é O MEU melhor.
É o que eu gostaria que fizessem comigo, é como eu penso ser o melhor.
Não entendeu? VASA!

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